A ampliação do debate e a importância das ações voltadas à adoção, bem como o incentivo e fomento para a criação de grupos de apoio, foram temas das primeiras palestras durante o 1° Encontro do Centro-Oeste de Apoio à Adoção (Encoapa), realizado pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, em Cuiabá.
Uma palavra que permeia a adoção é a esperança. Reflexão sobre “A esperança de ter esperança”, foi abordada pelo psicólogo Luiz Schettini Filho, do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção (Gead Recife), de Pernambuco. Segundo ele, quando se pensa em esperança, projetamos o futuro, quando é algo para o presente, já que é a esperança que dá a segurança para o bem estar.
“Dentro do contexto da adoção, a esperança da criança que está desvalida, sem família, a esperança das famílias que acolhem crianças e a incorporam na família. Esperança num sentido mais coletivo, da sociedade, a esperança está em todos os cantos balizando a nossa expectativa no presente e no futuro”.
Um encontro como o Encoapa, segundo o psicólogo, é uma conjunção da diversidade, com pessoas que possuem ideias comuns, metas semelhantes, dentro de configurações pessoais diferentes. “Acredito que cada pessoa que sair daqui vai sair com acréscimo, com ideia diferente com a qual entraram aqui. Esses encontros têm importância muito grande pela diversidade da característica dos participantes”.
Como exemplo de que a união e a vontade dão certo, e fazem a diferença no universo da adoção, o vice-presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), Francisco Cláudio Medeiros Júnior, que também é diretor jurídico Grupo Acalanto, da cidade de Natal (RN), mostrou as dificuldades da rede de proteção e de que forma os grupos de apoio à adoção podem existir e preencher lacunas. Ele informou como um grupo pode ser formado, os subsídios e documentações necessárias e a função que exerce no contexto da adoção, mostrando não apenas a experiência existente em Natal, mas em outros Estados por onde tem passado.
Os grupos podem ser formados por qualquer pessoa que seja adepta da causa, que tenha incentivo e vocação para trabalhar com a adoção. Por isso, segundo Francisco, é importante fomentar o quanto os grupos podem contribuir com a atuação. “Queremos, de forma gratuita, organizada e lícita, fiscalizar, auxiliar e diretamente propor mudanças para que essas crianças e adolescentes que estão em instituição de acolhimento possam ter uma família. A gente quer que esse mundo invisível se desfaça e o nosso sonho é que um dia não haja instituições de acolhimento porque todos as pessoas estarão em uma sociedade mais justa e perceberão que aquelas crianças não são as crianças dos outros, são as nossas crianças”.
As palestras podem ser baixadas através do link abaixo:
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